sexta-feira, julho 17, 2009

15 ANOS ATRÁS...

A Copa de 1994 é a mais antiga da qual guardo grandes lembranças vivas.

Da disputa de 1990, me lembro de poucas coisas: que o técnico era o Lazaroni, que o Brasil ganhou da Escócia de 2x1 e, no segundo gol, meu pai quebrou o teto de gesso do playground onde assistíamos o jogo, que o Brasil perdeu pra Argentina e que eu assisti a semifinal entre Itália e Argentina no saguão de espera da gravação do Show da Xuxa, na Lineu de Paula Machado, no Jardim Botânico. Sim, eu fui, várias vezes, ao Show da Xuxa.

Da disputa de 1986 eu não lembro de nada: só lembro que a copa foi no México, que tinha o Laranjito e que ela foi tema do meu aniversário de 4 anos. A foto abaixo comprova o tema da festa. Eu sou o garoto magrelo, acompanhado de minha irmã, Larissa.

E da Copa de 1982 eu não lembro de absolutamente nada mesmo. Também pudera: durante a partida em que o Brasil perdia para a Itália, mamãe, pra não ver aquela tragédia, me dava um dos primeiros banhos da vida. Era, eu, um recém-nascido.

Eis, portanto, as razões para eu me lembrar melhor apenas da copa de 1994. Quem viu e viveu as emoções das copas anteriores, pode achar que a copa de 1994 foi um tanto sem graça. Para mim não.

A primeira fase foi tranquila, com exceção do jogo contra a Suécia, que foi mais apertado. Nas oitavas, um jogo duro contra os Estados Unidos, os donos da casa. Assisti o jogo em Brás de Pina, na esquina da Avenida Arapogi com a Francisco Enes, onde morava o meu saudoso tio Luiz Carlos. Tomava os meus primeiros copos de cerveja, mas era só um pouquinho.

O jogo contra a Holanda eu assisti em Vista Alegre, na vila Pureza, onde morava o meu amigo Daniel Simões. Antes do jogo, a gente batia uma bola no quintal e eu quebrei o meu dedo anelar da mão direita. Recusei-me a ir ao hospital antes do jogo, duríssimo, que o Brasil ganhou por 3x2 com um gol de falta do Branco. Bergkamp aterrorizou o Brasil com jogadas perigosíssimas e fez um dos gols da Holanda.

A semifinal com a Suécia também foi dura e o Brasil ganhou com um mirrado 1x0, gol feito aos 35 do segundo tempo pelo Romário, de cabeça, no meio da zaga sueca que parecia ser composta por bonecões de olinda, nórdicos.

A final... Ah, a final. Minha avó Maria, quase oitenta anos, que acompanhou o Brasil desde menina em todas as copas, desde 1930, quase morreu naquele 17 de julho de 1994. Assistiu o jogo em casa, acompanhada do meu velho avô Zequinha, que nunca foi muito ligado em futebol mas era torcedor do São Cristóvão.

A bola chorou pra entrar. Só balançou o barbante nos pênaltis. Durante a partida, só pelo lado de fora, tendo beijado a trave algumas vezes. Minha mãe nunca assiste disputas de pênaltis. Foi pra janela, como sempre faz, quando elas começaram. Seu termômetro é o grito dos vizinhos. E aqui no Engenho da Rainha, de onde escrevo temporariamente, o som oscilava entre os gritos e o silêncio.

O vídeo a seguir é meio patético, pela narração do Galvão Bueno (sempre patético) e pelo tema da vitória (uma homenagem ao falecido Ayrton Senna). Mas serve pra lembrar da farra que o Brasil fez, 15 anos atrás.

http://www.youtube.com/watch?v=UAMMY7wYLvU

Veja! Até!

5 comentários:

Arnaldo Heredia Gomes disse...

Diego,

Este seu post vai acabar me fazendo cortar os pulsos por mostrar o quanto eu estou velho. Essa sensação qua você sentiu na copa de 94 eu senti na de 70, a primeira que me lembro de ter acompanhado com interesse. Num dos jogos (acho que com a Inglaterra), acabou a energia em casa e eu acompanhei o jogo pelo radinho de pilha. Este, aliás, iria ser um hábito que eu preservaria por muito tempo. Sempre gostei de acompanhar os jogos pelo rádio de pilha.

O time que mais me encantou, entretanto, foi o de 82. Apesar da derrota, nunca mais tive tanto prazer vendo a seleção jogar quanto naquela copa. É que eu tenho a falha de caráter de preferir o futebol bonito e bem jogado do que o futebol vitorioso. Coisa de velho, eu acho.

Quanto à copa de 94, não a achei sem graça. Eu a achei irritante (como todas as outras).

Um grande abraço.

Anônimo disse...

Grande Diego! Eu estava - estou - desenvolvendo justamente um texto sobre as lembranças que tenho de cada uma das Copas que passaram pela minha vida. Um dos sinais mais evidentes de nossa velhice é constatarmos, assombrados, que os jogadores da Seleção Brasileira são todos mais jovens do que a gente. Quando eu comecei a acompanhar futebol, eles tinham a idade do meu pai! Beijo.

Larissa disse...

Eu realmente não me lembrava de NADA que fosse anterior à Copa de 94. lembro até hoje da vovó chegando esbaforida no 101. Tadinha. Boas lembranças.

Uncle Bob disse...

Caracas..

Estou muito, muito velho....

Lembro muito bem da Copa de 1978, na Argentina!!!

Saudações!

Patricia Gil disse...

Oi amigo, estava passando por aqui e dei uma lida rápida... Mas à propósito, acho que houve uma confusão em suas memórias, o Laranjito e o Pacheco foram da copa de 1982, seleção canarinho, eu tinha 6 anos e me lembro bem, a copa foi na Espanha, a de 1986 eu tinha 10 anos, não lembro bem onde foi, mas o Brasil foi desclassificado pela França... Copa em que o Araquém, fazia as vinhetas da Globo, rsrsrs... Valeu!! Bjão Patricia!