Se há algo indispensável para uma infância plena é o contato com os avós. Tive o privilégio de viver a minha infância morando no mesmo prédio que os meus - um andar abaixo dos avós maternos e quatro andares abaixo dos avós paternos, no bloco 4, do número 4800, na antiga Estrada Velha da Pavuna, atual Adhemar Bebiano, no Engenho da Rainha.
Não bastasse as que eu já tinha, a vida quis me dar de presente outras avós. Dentro da minha casa, por quase dezoito anos, viveu Tia Vivi, minha tia-avó, mãe da minha madrinha de batismo, irmã mais velha de minha avó paterna Océlia. Tia Vivi é, agora, a única viva de sua geração na família de minha avó.
No final do corredor, Vó Lurdes, mãe da minha madrinha de consagração, a Léinha, com quem passei muitas tardes, recebi parte dos meus valores e descobri que é possível amar alguém que não é da nossa família como se fosse.
No Jardim América vivia uma flor, outra avó que a vida me deu. Flor que viveu o inverno da vida nos últimos meses e floresceu para uma vida nova de encantamento no raiar dessa primavera. Tia Dila, minha tia-avó, também irmã de minha avó Océlia.
Tia Dila tinha que ser minha avó. Na infância de papai, num tempo de vacas - de tão magras - raquíticas, vovó Océlia simplesmente não tinha como criá-lo. Papai foi morar com Tia Dila e Tio Carlos, que foram mãe e pai para ele. Os dois foram chamados de "mãe" e "pai" por ele até o último dia de cada um.
Na foto, Tio Carlos e Tia Dila à esquerda. Papai e Mamãe ao centro. À direita, tia Maria, irmã do vovô Moreira, e seu marido, tio Walter.Não bastasse as que eu já tinha, a vida quis me dar de presente outras avós. Dentro da minha casa, por quase dezoito anos, viveu Tia Vivi, minha tia-avó, mãe da minha madrinha de batismo, irmã mais velha de minha avó paterna Océlia. Tia Vivi é, agora, a única viva de sua geração na família de minha avó.
No final do corredor, Vó Lurdes, mãe da minha madrinha de consagração, a Léinha, com quem passei muitas tardes, recebi parte dos meus valores e descobri que é possível amar alguém que não é da nossa família como se fosse.
No Jardim América vivia uma flor, outra avó que a vida me deu. Flor que viveu o inverno da vida nos últimos meses e floresceu para uma vida nova de encantamento no raiar dessa primavera. Tia Dila, minha tia-avó, também irmã de minha avó Océlia.
Tia Dila tinha que ser minha avó. Na infância de papai, num tempo de vacas - de tão magras - raquíticas, vovó Océlia simplesmente não tinha como criá-lo. Papai foi morar com Tia Dila e Tio Carlos, que foram mãe e pai para ele. Os dois foram chamados de "mãe" e "pai" por ele até o último dia de cada um.
De nossa infância recordamos da farra no quintal da casa no Jardim América, das visitas frequentes de Tio Carlos e Tia Dila, ele com seu fusquinha branco. O telefonema não faltava para saber de nós, os pequenos. Bastava saber que estávamos meio assim-assim, e eles dois apareciam, carregados de frutas, legumes...
Tia Dila, sempre muito doce, amável. Tio Carlos, sempre adoravelmente desbocado (Puta que pariu! Esse moleque tá grande pra caralho!), e sempre rezando por todos. Tio Carlos passava horas rezando. Pensava em cada filho, cada neto, cada sobrinho, cada sobrinho-neto... E por nós pedia.
Agora que Tia Dila se encantou, rezo pra que os dois estejam juntos, muito bem. Merecimento não lhes falta.