quinta-feira, abril 07, 2011

TIROS EM REALENGO

Lamento profundamente a tragédia que se abateu sobre as famílias da zona oeste do Rio de Janeiro, com os múltiplos assassinatos e o suicídio cometidos por um homem em uma escola municipal da cidade, no bairro de Realengo.

A tragedia deitou-se, com certeza, sobre a sociedade brasileira, despertando a comoção de nossa gente mais simples, de profissionais de saúde que se esmeram para atender aos feridos, e sobre a presidenta, que chorou, visivelmente emocionada ao homenagear as vítimas.

O crime é, no entanto, estranho. Estranhíssimo. Cometido por um rapaz de 23 anos de idade, sem antecedentes criminais e ex-aluno da escola. Muitas perguntas estão no ar e a polícia vai se ver obrigada a prestar maiores esclarecimentos à sociedade pois não se trata de um crime comum, num espaço comum, por um criminoso "de carreira".

E a sociedade certamente espera por essas respostas, e que elas não sejam evasivas no final do inquérito como são agora, por razões compreensíveis.

Com o pouco que sei, imagino um crime com uma trama psicológica. Afinal, porque ele entrou calmamente na escola, conversou com uma professora, disparou em mais de uma sala, atingiu letalmente mais meninas do que meninos, etc?

Há quanto tempo ele já tinha saído da escola? Alguma criança que foi morta tinha convivido com ele? O há na carta e que ele anuncia os motivos do seu suicídio?

Que papo é esse de islamismo? Ele se converteu? Atribuiu suas motivações à religião? O crime me parece muito ocidental. Lembrei de Tiros em Columbine imediatamente. Muito depois lembrei de Beslan.

Enfim, espero, enquanto membro da sociedade brasileira, enquanto cidadão fluminense e carioca, respostas para essas e outras perguntas relevantes para o caso.

Deixo meu enorme abraço aos parentes das vítimas - fatais ou não. Sou pai. Imagino o drama de quem perdeu seu filho ou está vendo-o sofrer com os ferimentos. Desejo-lhes força, com o mais profundo sentimento solidário à suas dores.

Um comentário:

Lucas Barreto disse...

É Diego, a mortalha serve também para encobrir com mistério essa história. E além de toda a dor, é duro aguentar a imprensa com sua necrofilia constumaz. Abraços.