Diz que lá em São Paulo a terra balançou ontem, dia 22, precisamente às nove horas da noite. Mesas balançaram, lustres sempre inertes renderam-se aos movimentos impostos pelas energias da natureza. Pois é. Lá em São Paulo só se repete a informação que vem de Brasília, do Centro Sismológico da UnB. Abalo sísmico, 5,2 na escala Richter, o maior desde 1922... essas coisas.
Lá em Madureira a terra também tremeu às nove da noite. E em todo o Rio de Janeiro, tremeu novamente, dessa vez, precisamente, à meia noite. Minhas janelas tijucanas balançavam violentamente. Abalo sísmico? Não. Era a festa do povo devoto do santo guerreiro que comemorava a chegada do seu dia com a queima de fogos mais tradicional dessa cidade. E comemorava, também, o feriado mais justo e merecido de todo o calendário anual. O devoto de verdade comemora pela madrugada misteriosa e espera até a alvorada reluzente ser anunciada ao som dos clarins pra abrir a primeira gelada do dia.
Lá em Madureira a terra também tremeu às nove da noite. E em todo o Rio de Janeiro, tremeu novamente, dessa vez, precisamente, à meia noite. Minhas janelas tijucanas balançavam violentamente. Abalo sísmico? Não. Era a festa do povo devoto do santo guerreiro que comemorava a chegada do seu dia com a queima de fogos mais tradicional dessa cidade. E comemorava, também, o feriado mais justo e merecido de todo o calendário anual. O devoto de verdade comemora pela madrugada misteriosa e espera até a alvorada reluzente ser anunciada ao som dos clarins pra abrir a primeira gelada do dia.
No subúrbio do Rio pode até haver quem fale em terremoto, placas tectônicas, escala Richter e outros folclores. Mas não há dúvida de que este é o dia do renascimento, da invenção e da reinvenção dos mitos suburbanos que correm de casa em casa, de sobrado em sobrado, de esquina em esquina. Placa tectônica é o escambau!
A terra tremeu porque São Jorge pulou da Lua, afundou sua lança no Oceano Atlântico e foi parar em Madureira, num boteco ao lado da quadra do Império Serrano. Diz que bebeu 77 ampolas e versou partido alto sem parar de meia noite até as cinco da manhã. Quando ouviu o toque de alvorada, levantou, bateu continência aos presentes, montou em seu cavalo e partiu pro Humaitá. Não aquele da zona Sul. Mas aquele que só os filhos de Ogum poderão um dia conhecer.
A terra tremeu porque São Jorge pulou da Lua, afundou sua lança no Oceano Atlântico e foi parar em Madureira, num boteco ao lado da quadra do Império Serrano. Diz que bebeu 77 ampolas e versou partido alto sem parar de meia noite até as cinco da manhã. Quando ouviu o toque de alvorada, levantou, bateu continência aos presentes, montou em seu cavalo e partiu pro Humaitá. Não aquele da zona Sul. Mas aquele que só os filhos de Ogum poderão um dia conhecer.
3 comentários:
"Cinco horas da manhã...
Ouvi um toque de alvorada..."
Os tremores já são meus velhos conhecidos. Todos os dias, a cada segundo, sinto-os em meu peito, quando Ogun me lembra quem sou, de onde vim e para onde vou. Ogunhiê Patakori!
Sua benção, Diego, meu padrinho, pelo dia de Jorge.
Ogunhê!!!!!!!!!!!!!
Uaaauu!
Cara!
Me arrepiei no último parágrafo. Lindo mesmo! Parabéns! Coisa de homenagem mesmo! Sou devoto de São Jorge (filho do cara) e fiquei emocionado com suas palavras.
A propósito fui à Igreja de São Jorge na terça, 22/04, fiz umas fotos, agradeci e fiz pedido a ele. Ainda não tive tempo de postar no _vulgarize.
Abraços irmão do coração.
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