As matrizes religiosas que chegaram ao Brasil cruzando o Atlântico em navios negreiros, e que já foram oficialmente perseguidas pelo poder público deste país em outros tempos, sofrem múltiplos preconceitos, de ordem social e racial, já que vieram através de escravos - que eram negros, diga-se de passagem - e de ordem religiosa, já que algumas de suas divindades são associadas ao demônio da tradição judaico-cristã. No país mais católico do planeta, nem sempre a convivência com as religiões afro-brasileiras foi pacífica.
No entanto a emergência de diversos cultos neopentecostais radicais no Brasil ampliou de forma visível e execrável a perseguição dos praticantes das religiões afro-brasileiras. Muitos dos fiéis dessas igrejas neopentecostais, movidos pela crença de que são valentes guerreiros de uma "cruzada contra o demônio", não temem agredir verbal ou fisicamente os fiéis de outros cultos, ou praticar gestos de violência e vandalismo como se viu no bairro do Catete, no Rio de Janeiro, na noite de 2 de junho de 2008.
Veja aqui o vídeo que noticiou a invasão. O pastor Tupirani, dirigente da igreja dos agressores, a Igreja Geração Jesus Cristo, julga-se um predestinado e afirma que os agressores são exemplo dentro de sua igreja, embora reprove o ato de seus seguidores. Leia aqui o texto em que ele conta a própria trajetória, segundo ele, traçada com a orientação direta do "Senhor". Aproveite e veja a categoria(sic!) do seu discurso neste vídeo em que ele agride descaradamente outra igreja neopentecostal radical.
No entanto a emergência de diversos cultos neopentecostais radicais no Brasil ampliou de forma visível e execrável a perseguição dos praticantes das religiões afro-brasileiras. Muitos dos fiéis dessas igrejas neopentecostais, movidos pela crença de que são valentes guerreiros de uma "cruzada contra o demônio", não temem agredir verbal ou fisicamente os fiéis de outros cultos, ou praticar gestos de violência e vandalismo como se viu no bairro do Catete, no Rio de Janeiro, na noite de 2 de junho de 2008.
Veja aqui o vídeo que noticiou a invasão. O pastor Tupirani, dirigente da igreja dos agressores, a Igreja Geração Jesus Cristo, julga-se um predestinado e afirma que os agressores são exemplo dentro de sua igreja, embora reprove o ato de seus seguidores. Leia aqui o texto em que ele conta a própria trajetória, segundo ele, traçada com a orientação direta do "Senhor". Aproveite e veja a categoria(sic!) do seu discurso neste vídeo em que ele agride descaradamente outra igreja neopentecostal radical.
Lamentável.
5 comentários:
Lamentável, Diego, lamentável que isso venha a ocorrer no Brasil...
O detalhe mais engraçado dessa história - se é que se possa ver alguma graça nisso tudo - é o nome do pastor dos agressores: Tupirani.
Fala sério, não parece nome de caboclo de umbanda? Caboclo Tupirani. Esse é o país da piada pronta mesmo!
Acho que a polícia deveria agir com mais rapidez e a Justiça com mais rigor nesses casos. Se a agressão fosse contra a igreja católica - lembra-se do episódio do chute na santa? - a mídia, a Polícia Federal, os juízes e até o Presidente da República já teriam se pronunciado e punido os agressores. Triste...
Saravá, querido!
Pois é, irmão. Às vezes penso que a vaidade, a arrogância e o egoímo são o Deus dessas pessoas que se dizem evangélicas, mas que não são.
Por quanto tempo ainda veremos na Terra o sectarismo e a intolerância?
Dia desses, eu, umbandista, estive no culto da Igreja Presbiteriana da Praia de Botafogo. Sim, uma umbandista foi recebida de braços abertos numa Igreja protestante.
Naquele dia, três pastores falavam das várias formas de intolerância, da necessidade de união entre as igrejas, dos cristãos, independente da religião que praticam, bem como do respeito necessário por aqueles que não são cristãos.
Dizia o pastor que ninguém é obrigado a pensar de forma igual e acreditar nas mesmas coisas, mas que Deus é um só e portanto somos todos irmãos.
Uma ialorixá havia sido convidada para o culto, tomando da seia junto a todos da igreja. Uma cena rara, linda, incrível. Meu coração se alegrou imenso, pensando que a humanidade ainda pode ter jeito. Mas então as notícias nos trazem essas tristezas...
Como diz o provérbio, a maldade é filha da ignorância. Quanto mais aprendemos, menos intolerantes somos. Acho que esse pode ser um caminho. O outro é o diálogo. Se não for assim, não sei.
beijos
Bruno, é com grande prazer que recebo teu comentário, malandro. Infelizmente essa seara para os praticantes das religiões afro-brasileiras ainda é turbulenta. Esse preconceito e essa arrogância são coisas nojentas.
Garota, aquela turma lá de Botafogo é, sem dúvida, muito diferente e especial.Não é todo grupo evangélico que tem um pastor interessado nas religiões e coisas africanas. Infelizmente eles são minoria.
Beijo.
Será que não era hora dos praticantes de cultos afro se organizarem politicamente?
Com a ascenção política e econômica dos neopentecostais, a liberdade religiosa está seriamente ameaçada. Algo precisa ser feito.
Um forte abraço.
PS: Gostei muito do seu blog, acho que vou linká-lo no meu.
É fato, Mauro. Diante da diversidade de cultos afro no Brasil, a unidade política parece um desafio grande mas que precisa ser encarado, a despeito de diferenças de concepção filosófica e religiosa do mundo e da vida dos cultos.
Seja bem chegado.
Forte abraço!
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