quarta-feira, fevereiro 01, 2012

A RECEITA DO CREME DE ABÓBORAS

Fiz, em casa - eu, que adoro cozinhar mas quase nunca vou ao forno e ao fogão - um creme de abóboras que ficou excepcional. Postei no facebook o meu feito e recebi clamores de uma turma comilona implorando pra que eu compartilhasse a receita.

Aprendi a não ser egoísta, então vou dividir. Mas, de verdade, compartilho porque as exclamações de quem provou (foram muitos "Ai, meu Deus!" e "Ah! Que maravilha!") e os pedidos pela receita me envaideceram.

Então vamos lá. Primeiro, os ingredientes:

1,5kg de abóboras, descascadas e cortadas em pedaços grandes;
De 1 a 1,5 litros de água;
1 colher de sopa (rasa) de sal;
1 cebola grande
6 dentes de alho
1/2 xícara de chá de azeite extra-virgem
1/2 xícara de chá de cheiro verde picado (ou 1 colher de sobremesa cheia de salsa desidratada, foi o que eu usei);
1 colher de sobremesa (rasa) de Curry.

Aos costumes!

Pique a cebola e os dentes de alho. Numa panela grande, coloque a metade da porção de azeite para aquecer e despeje a cebola e o alho picados. Deixe dourar.

Após o alho e a cebola dourarem, abaixe um pouco o fogo, despeje as abóboras e refogue por 1 ou 2 minutos, mexendo o conteúdo para misturar o tempero na abóbora.

Isso feito, coloque a água na panela e aumente o fogo novamente. Insira o sal, o restante do azeite, o cheiro verde (ou a salsa desidratada), o curry e mexa para misturar tudo.

Quando a abóbora estiver bem cozida (não costuma demorar mais que 25 minutos) processe o conteúdo, de preferência com um "mixer" dentro da própria panela, já com o fogo apagado.

Tenha cuidado com a água pois é ela que definirá a consistência do creme. Use pouca água. Depois de bater, se precisar, acrescente um pouco mais.

Tenha cuidado também com o curry. Ele é muito saboroso e eu não dispenso por nada, mas ele é picante. Se não for muito a sua praia, ponha a metade da medida. O cheiro é sensacional e o sabor faz toda a diferença.

Deve-se evitar, mas se você errar a mão na água e a receita ficar mais parecida com um caldo do que com um creme, um pouco de maisena pode ajudar a resolver o problema da consistência.

Você pode fritar uns quadradinhos de bacon (200 gramas) e jogar por cima da porção servida. Isso eu não fiz mas deve ficar um espetáculo também.

De resto, se você tiver uma boa carne seca acebolada, umas torradas e cerveja gelada, te garanto que dá pra ficar muito feliz. Eu comi só com arroz branco e fiz miséria na panela!

Vai, mané! Cai dentro! E se fizer, conta pra gente como ficou, comentando aqui!

Abraços!

quarta-feira, setembro 28, 2011

TIA DILA

Se há algo indispensável para uma infância plena é o contato com os avós. Tive o privilégio de viver a minha infância morando no mesmo prédio que os meus - um andar abaixo dos avós maternos e quatro andares abaixo dos avós paternos, no bloco 4, do número 4800, na antiga Estrada Velha da Pavuna, atual Adhemar Bebiano, no Engenho da Rainha.

Não bastasse as que eu já tinha, a vida quis me dar de presente outras avós. Dentro da minha casa, por quase dezoito anos, viveu Tia Vivi, minha tia-avó, mãe da minha madrinha de batismo, irmã mais velha de minha avó paterna Océlia. Tia Vivi é, agora, a única viva de sua geração na família de minha avó.

No final do corredor, Vó Lurdes, mãe da minha madrinha de consagração, a Léinha, com quem passei muitas tardes, recebi parte dos meus valores e descobri que é possível amar alguém que não é da nossa família como se fosse.

No Jardim América vivia uma flor, outra avó que a vida me deu. Flor que viveu o inverno da vida nos últimos meses e floresceu para uma vida nova de encantamento no raiar dessa primavera. Tia Dila, minha tia-avó, também irmã de minha avó Océlia.

Tia Dila tinha que ser minha avó. Na infância de papai, num tempo de vacas - de tão magras - raquíticas, vovó Océlia simplesmente não tinha como criá-lo. Papai foi morar com Tia Dila e Tio Carlos, que foram mãe e pai para ele. Os dois foram chamados de "mãe" e "pai" por ele até o último dia de cada um.

Na foto, Tio Carlos e Tia Dila à esquerda. Papai e Mamãe ao centro. À direita, tia Maria, irmã do vovô Moreira, e seu marido, tio Walter.

De nossa infância recordamos da farra no quintal da casa no Jardim América, das visitas frequentes de Tio Carlos e Tia Dila, ele com seu fusquinha branco. O telefonema não faltava para saber de nós, os pequenos. Bastava saber que estávamos meio assim-assim, e eles dois apareciam, carregados de frutas, legumes...

Tia Dila, sempre muito doce, amável. Tio Carlos, sempre adoravelmente desbocado (Puta que pariu! Esse moleque tá grande pra caralho!), e sempre rezando por todos. Tio Carlos passava horas rezando. Pensava em cada filho, cada neto, cada sobrinho, cada sobrinho-neto... E por nós pedia.

Agora que Tia Dila se encantou, rezo pra que os dois estejam juntos, muito bem. Merecimento não lhes falta.

segunda-feira, setembro 05, 2011

SAMBA DO IRAJÁ - O SAMBA COMEÇA

E depois da homenagem do Mizinho para a sua Maria Cristina, o samba começa. Quente! Eu entro tocando o "ovinho" aos 27 segundos. Largo pra correr o salão com a cãmera e depois pego de volta. O povo gsta da festa. Confira:







Até!

terça-feira, agosto 30, 2011

SAMBA DO IRAJÁ

Já falei uma enormidade de vezes dos "Sambas do Irajá" que rolam de quando em vez no Doce Refúgio, quintal da família de minha senhora e meu saudos sogro, o velho Mizoca, malandro que só. A "Série - Samba do Irajá", na coluna ao lado dá conta disso e cresce com essa postagem de hoje.

No último domingo foi celebrado o aniversário da Maria Cristina, ou simplesmente Tina, com ela é carinhosamente apelidada por todos. E teve samba, claro.

De início as palavras do Jorge Moreno pediram um minuto de silêncio e prece pelos mais velhos tio Dica e tio Tonga, ambos irmãos do mestre Nei Lopes, que estão hospitalizados. E depois a emoção do momento aumentou ainda mais com a bela homenagem feita pelo meu cunhado Mizinho à sua esposa, a aniversariante Tina.

Foi bonito de doer e muita água rolou dos olhos de quem ama aquele povo. O vídeo a seguir mostra esta bela homenagem do Mizinho à Tina. Vejam só.



Depois tem mais, que o samba rolou bonito! Até!

segunda-feira, julho 25, 2011

DE ONDE EU SOU?

Perguntaram, de supetão, de onde eu sou. Não soube responder de pronto. Pensei um pouco e o pouco que eu pensei foi muito pro sujeito, que desconversou e depois foi embora.

Eu sou da Estrada Velha, da Cidade Nova, da rua Bela, do Engenho do Mato. Sou da Leopoldina, da Linha Auxiliar, do Amorim e do Mandela.

Sou da Zona Norte, sou do Subúrbio da Central. Sou da Ilha, do Galeão, da Cambaúba, Praia da Bica. Jardim Carioca, rua Adélia. Sou do Cacuia, Cocotá, Tauá, Bancários, Freguesia, Bananal, INPS, 200 - preço do ônibus!

Sou de Madureira, do Mercadão, do Polo 1, cinema no Shopping São Luis. Sou da quadra do Império, da Estrada do Portela, da Carolina Machado, viaduto Negrão de Lima.

Sou da Meriti, de Vila Kosmos, Praça Aquidauana, da Santa da rua Aiera. Sou da Marco Polo, do Largo do Bicão, da rua Tejupá, da Escola Grécia.

Sou da São Félix, da Lona João Bosco. Sou da Padre Roser, da Paratinga, da Vila Pureza. Sou de Irajá, do cimento branco, do Pau Ferro, Honório de Almeida, rascunhei uns sambas por lá.

Sou de Vicente de Carvalho, bacalhau do Neca, Igreja do Carmo, matinê do Mello, tirava onda, peitoral malhado. Sou de Vaz Lobo, antigo Barros Nascimento, pertinho do Carmela Dutra, muita coxa grossa, me fiz homem por lá.

Sou da Penha, rua Augusto Zanoni, da Lobo Junior, calcinha no outdoor. Sou de Brás de Pina, Arapogi com Francisco Enes, rua Suruí, Mangueirinha.

Sou de Manguinhos, 903, Leopoldo Bulhões, Barbearia do Manel, deixei muito cabelo lá. Tia Janete, Sizenando Nabuco, caminhão do Mozart, terreiro do velho Vieira - seu Pedra Preta dono do Gongá. Sou do Poli, da Fiocruz, fiz muito amigo lá.

Sou do Engenho da Carlota Joaquina desde molequinho. Do Prev, dos Bancários, da pedreira, do Marronzinho. Sou do Conjunto dos Músicos. Pixinguinha, Dona Ivone e Bide também são. Assim como Mestre Marçal, Almir Guineto, Zé Kéti, Baianinho e Jamelão.

Sou do Méier - quem é de lá não bobéier. Don Chopp, Aristides Caire, Dias da Cruz. Arquias Cordeiro, rua Soares, 3 anos no Visconde de Cairu. Imperator, Hermengarda, Pedro de Carvalho, sou da Boca do Mato.

Sou do Arranco do Engenho de Dentro, Adofo Bergamini, rua Pernambuco, Daniel Carneiro, Clarimundo de Melo. Sou do Engenho Novo, Dona Romana, Grão Pará e Cabuçu.

Sou de Cascadura, do Sargento, Ernani Cardoso, Sidônio Pais, sou da Mendes de Aguiar. Sou do Rocha, da Ana Néri, Dr. Garnier. Sou do Jacaré, rua Lino Teixeira, mamãe nasceu lá.

Sou de Honório, Bento Ribeiro, rua João Vicente - tanto casarão bonito. Sou da Intendente, das flores do Valqueire.

Sou do Campinho, rua Maria José, Praça Seca e Largo do Tanque - caminho antigo da Barra sem Linha Amarela. Sou da Freguesia, Geremário Dantas, Três Rios, Gabinal.

Sou de Cavalcante, da Silva Vale e da Laurindo Filho, a rua da feira: Sergio Cabral (o pai) nasceu por ali. Sou da Suburbana, Cachambi, rua Garcia Redondo - meus padrinhos moravam lá.

Sou de Pilares, Abolição, ladeira do Rei do Bacalhau. Piedade, Gama Filho, São Jorge Guerreiro de Quintino, minha catedral.

Sou do Quitungo, Shopping 3000, Palanca Negra, moela com pimenta e roda de viola no terraço do Cabeça. Sou de Realengo, Lona Gilberto Gil, Avenida Santa Cruz, Pedra Branca, praça de Bangu. Já morguei no sete-sete e no nove-dezessete. Acendi vela no Murundu.

Também sou da Tijuca, dos Barões. São Francisco, Mesquita, Itapagipe, Iguatemi e Drummond. Sou da Conde de Bonfim, da Guaxupé, sou do Rio Maracanã. Sou do Rio Joana e do Trapicheiros. Sou da Xavier de Brito, do Momo, do Pavão. Gabizo, Heitor Beltrão, Haddock Lobo, Almirante Gavião.

Sou da Pavuna, de São João, Tomazinho. Nilópolis via Rio do Pau. Sou da rua Carmela Dutra, sou da Mirandela, do buraco da estação. GP Haroldo Barbosa, Olinda, Lona Carlos Zéfiro de Anchieta, via Ricardo. Nova Iguaçu, Comendador Soares (heptavô dos meus filhos), Morro Agudo. Já joguei bola por lá.

Sou do Largo das Cinco Bocas, da rua Barreiros, Veterinária Lassie, clínica Balbino. Rua Firmino Gameleira, é de lá que vêm os Moreira. Rodoviária de Caxias, parque Araruama. Jardim América, rua Atílio Parim. Ralaram muito pra eu estar aqui.

Sou da Praça das Nações. Paris, Londres, Bruxelas e Nova York. Sapataria Elite, Bolinho de Bacalhau no Capelinha, na Cardoso de Moraes, força do hábito do meu avô, o velho Dutra de Moraes.

Sou da Estrada da Itaoca, do Itararé, rua Régio. Praça de Inhaúma com a Anastácia na mordaça, padre Januário, Canitar, rio Faria Timbó.

Sou da Vila, do Boulevard, da Praça 7. Geografia na UERJ, meu peito é verde e rosa. 24 de maio ou Radial Oeste. Sou da Praça da Bandeira, rua do Matoso, galeto com cerveja melhor não há.

Sou dos becos por onde andei e dos lugares por onde amei.

Sigo a bússola. Meu caminho é a Zona Norte. Sou do Rio de Festas, Macumbas, Entrudos e Bruxedos. Sou do Rio sem postais, dos safáris dos desbravadores de além-túnel, da pelada no campinho de terra.

Sou de onde vem o ziriguidum da cidade-mulher. Eu sou do subúrbio do Rio de Janeiro.

Até!