terça-feira, dezembro 29, 2009

PANORAMA DA QUESTÃO RACIAL EM 2009 E FELIZ 2010

A questão racial no Brasil sempre me apaixonou. E esse 2009 foi farto em textos combativos sobre o tema. As principais publicações envolveram Demétrio Magnoli, Kabenguele Munanga e Muniz Sodré. Três doutores das Ciências Humanas.

O embate do ano começou em 14 de maio, na semana dos festejos da abolição, quando Magnoli escreveu um artigo em que qualifica o professor Kabenguelê Munanga como charlatão. Leia o artigo aqui.

A resposta demorou quase dois meses, mas não faltou. O jornalista Luis Nassif, que se refere a Magnoli como "esse horror", publicou em seu blog o texto de resposta do professor Munanga. Leia a resposta aqui.

Magnoli tem acesso fácil à grande imprensa. É articulista de O Globo e do Estadão. O prof. Munanga não deve ter 1% da visibilidade do seu acusador nos grandes jornais do país. Claro. Magnoli é contra as políticas raciais que o governo pretende implantar. Munanga é a favor.

Magnoli joga no time da grande imprensa e, por isso, ganha os holofotes. Cabe não esquecer que o manda-chuva do jornalismo das organizações Globo é o senhor Ali Kamel, outro crítico engajado, com livros e artigos publicados contra as políticas raciais.

A imprensa é parcial e dá mais voz aos críticos do que aos defensores daspolíticas raciais. É com base nisso que o professor Muniz Sodré escreveu um artigo cujo título nos inquire se é necessária uma nova abolição. Leia o artigo aqui.

Magnoli não perdeu tempo e partiu para o ataque. Mão de ferro, rude, irônico e nem um pouco polido. Magnoli é um Troll. Atribuiu intenções stalinistas a Sodré. Leia esse ataque aqui.

Muniz, elegante, não respondeu. A resposta veio através das jornalistas Milena Almeida e Angélica Basthi, que defenderam a argumentação de Muniz Sodré. O texto delas pode ser lido aqui.

Magnoli, mais uma vez, não perdeu tempo. Respondeu rápido mas com poucos argumentos. Sustentou sua crítica no ataque às construções frasais do texto das jornalistas, o que, aliás, é prática comum de Magnoli. Esse texto pode ser lido aqui.

Agora, nesse dia 29 de dezembro, entrou em cena o senhor José Roberto Militão, que também é contra as políticas raciais. Muito diferente de Magnoli, escreveu texto elegante na sua defesa. Coisa prazerosa de ler - embora eu discorde obliquamente de seus argumentos respeitáveis, por razões que eu expliquei na página de comentários ao texto dele e espero que sejam expostos já que ainda dependem de moderação enquanto escrevo este arrazoado. Esse texto você pode ler aqui.

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Com esse texto, que inclui outros 7 - os links - o GS se despede de 2009 desejando a todos os leitores um 2010 excelente!

quinta-feira, dezembro 17, 2009

E A FARRA ESPECULATIVA VERTERÁ SOBRE O MARACA

Assisti, agora a pouco, indignado, à notícia dada por William Bonner, no Jornal Nacional da Rede Globo, sobre o projeto para a reforma do Maracanã. O tal projeto é diferente daquele que eu tinha apontado aqui, em 2007, mas não é menos absurdo.

Eis, queridos leitores, que a canalha gananciosa vai reformar o Maraca pelo custo de "quase meio bilhão de reais" - as aspas são para as palavras ditas pelo Bonner no jornal.

Meio bilhão de reais!!

Para quem não se lembra, o projeto de construção do Engenhão foi orçado em 6o milhões de reais. Como a farra foi grande, a obra entrou em caráter de urgência, as licitações foram deixadas de lado e o custo atingiu os absurdos 380 milhões de reais.

Agora se fala em "quase meio bilhão de reais" para reformar o Maraca! Tenho a impressão que esse dinheiro seria suficiente para construir pelo menos um novo estádio e ainda fazer os ajustes que o Maior do Mundo eventualmente precise.

Como se não bastasse a farra com a grana, a tal reforma vai reduzir - de novo - a capacidade do estádio, dessa vez de 87 mil para 83 mil torcedores. E eu pergunto: pra quê?

Isso só pode ser mais uma parte do processo de higienização dos estádios, do futebol brasileiro, que encontram entre seus maiores arautos a FIFA, a CBF e o Galvão Bueno, além das torcidas e suas musiquinhas extremamente melódicas e seus mosaicos afrescalhados.

Pra mim, canto de torcida se faz com uma nota só ou, no máximo, com uma terça menor. Do tipo: MEEEEN - GO!; VAAAA - SCO!; NEEEEN - SE!; ou FOOOO - GO! Mas o negócio agora é Mamonas Assassinas, Tema da Vitória e outros salamaleques e quejandos.

Já me perdi no texto mas o que eu queria mesmo dizer é que acho um absurdo o que se fará e o quanto se gastará com a reforma planejada para o Maior do Mundo. Um absurdo! Canalha gananciosa!

TRÊS ANOS

É isso. São três anos online, com 230 postagens, incluindo esta, falando de tudo um pouco e tentando valorizar o Subúrbio e os suburbanos. Algumas histórias, boas crônicas, outras nem tanto... E assim vamos, continuando a vida e a luta.

Até a próxima!

sexta-feira, dezembro 04, 2009

O NATAL E O BOM VELHINHO: DE NOVO

Caríssimos, a infância é um tema em alta aqui em casa. Chegado este mês de dezembro, revivo um dos meus pesadelos mais antigos: o Papai Noel.

Fato: detesto, de forma absoluta, categórica, inabalável, inapelável - e outros sinônimos cabíveis - o Papai Noel.

Não consigo desvanecer a ideia gravada em mim de que esta figura horripilante materializa da forma mais vil o anti-Cristo.

E essa repulsa por ele não é fruto apenas de uma reflexão sobre o simbolismo do Natal enquanto festa cristã por excelência e sua deturpação que encontra orígem também na figura do velho da Lapônia.

A verdade é que entre as verdades mais incontestáveis, mais autênticas e mais indubitáveis de minha vida figura o fato de que eu sempre detestei de forma absoluta, categórica, inabalável, inapelável - e outros sinônimos cabíveis - o Papai Noel.

A foto que aparece a seguir registra uma tentativa - frustrada - de mamãe em me fazer sorrir para uma fotografia com o Papai Noel.


Ela sorri um sorriso imenso na foto - ela que sempre se emocionou, de chorar um rio,e um mar, com a chegada de Papai Noel. Eu me inclino contra ele em clara expressão corporal de incômodo por estar no colo de alguém vestido daquela forma patética.

Sobre essa história de anti-Cristo e a transmutação do Natal em comércio, já falei mais aqui, há quase três anos, num dos primeiros textos desse blog.

Abraços e até!