A questão racial no Brasil sempre me apaixonou. E esse 2009 foi farto em textos combativos sobre o tema. As principais publicações envolveram Demétrio Magnoli, Kabenguele Munanga e Muniz Sodré. Três doutores das Ciências Humanas.
O embate do ano começou em 14 de maio, na semana dos festejos da abolição, quando Magnoli escreveu um artigo em que qualifica o professor Kabenguelê Munanga como charlatão. Leia o artigo aqui.
A resposta demorou quase dois meses, mas não faltou. O jornalista Luis Nassif, que se refere a Magnoli como "esse horror", publicou em seu blog o texto de resposta do professor Munanga. Leia a resposta aqui.
Magnoli tem acesso fácil à grande imprensa. É articulista de O Globo e do Estadão. O prof. Munanga não deve ter 1% da visibilidade do seu acusador nos grandes jornais do país. Claro. Magnoli é contra as políticas raciais que o governo pretende implantar. Munanga é a favor.
Magnoli joga no time da grande imprensa e, por isso, ganha os holofotes. Cabe não esquecer que o manda-chuva do jornalismo das organizações Globo é o senhor Ali Kamel, outro crítico engajado, com livros e artigos publicados contra as políticas raciais.
A imprensa é parcial e dá mais voz aos críticos do que aos defensores daspolíticas raciais. É com base nisso que o professor Muniz Sodré escreveu um artigo cujo título nos inquire se é necessária uma nova abolição. Leia o artigo aqui.
Magnoli não perdeu tempo e partiu para o ataque. Mão de ferro, rude, irônico e nem um pouco polido. Magnoli é um Troll. Atribuiu intenções stalinistas a Sodré. Leia esse ataque aqui.
Muniz, elegante, não respondeu. A resposta veio através das jornalistas Milena Almeida e Angélica Basthi, que defenderam a argumentação de Muniz Sodré. O texto delas pode ser lido aqui.
Magnoli, mais uma vez, não perdeu tempo. Respondeu rápido mas com poucos argumentos. Sustentou sua crítica no ataque às construções frasais do texto das jornalistas, o que, aliás, é prática comum de Magnoli. Esse texto pode ser lido aqui.
Agora, nesse dia 29 de dezembro, entrou em cena o senhor José Roberto Militão, que também é contra as políticas raciais. Muito diferente de Magnoli, escreveu texto elegante na sua defesa. Coisa prazerosa de ler - embora eu discorde obliquamente de seus argumentos respeitáveis, por razões que eu expliquei na página de comentários ao texto dele e espero que sejam expostos já que ainda dependem de moderação enquanto escrevo este arrazoado. Esse texto você pode ler aqui.
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Com esse texto, que inclui outros 7 - os links - o GS se despede de 2009 desejando a todos os leitores um 2010 excelente!